Educação financeira para o jovem é o caminho para um futuro sem dívidas

Em maio de 2025, o Brasil ultrapassou a marca de 77 milhões de pessoas endividadas, segundo dados do Indicador de Inadimplência da Serasa Experian. Isso representa mais de 1 em cada 3 brasileiros adultos com o nome negativado. E embora os jovens ainda não sejam o grupo mais atingido – os entre 18 e 25 anos somam 11,6% dos inadimplentes – é justamente neles que mora a maior esperança de mudança.

A pergunta é: estamos preparando nossos jovens para lidar com dinheiro? Com a chegada das férias escolares, surge uma excelente oportunidade para ensinar os jovens a lidarem melhor com o dinheiro. Seja para planejar uma viagem ou aproveitar o tempo em casa com amigos e família, esse período pode ser usado como um primeiro passo para aprender a organizar, controlar e economizar os próprios recursos. Envolver os filhos nas decisões financeiras das férias pode ser uma forma prática e leve de despertar a consciência sobre consumo e responsabilidade financeira.

 
Dinheiro na cabeça (e no coração)

Falar de dinheiro ainda é um tabu em muitas famílias. Muita gente cresceu ouvindo que “dinheiro não nasce em árvore”, mas poucas pessoas aprenderam, de fato, como ele funciona. Resultado: adultos que repetem os mesmos erros, sem entender os motivos. E jovens que entram na vida adulta achando que cartão de crédito é uma extensão do salário.

Educar financeiramente não é só ensinar a fazer conta – é ensinar a fazer escolhas. Isso envolve desejos, emoções, sonhos e realidade. E tudo isso pode (e deve!) ser conversado desde cedo, de forma leve, prática e real.

Como começar a ensinar educação financeira aos jovens?

O bom é que nunca é cedo demais para começar. Veja algumas dicas que funcionam tanto em casa quanto na escola:

1. Transforme a mesada em uma lição de vida
A mesada ou semanada pode ser um ótimo começo. Mas ela precisa vir com um “contrato”: o jovem decide como vai gastar, poupar e o que vai priorizar. Assim, ele aprende a lidar com limites e consequências.

2. Use exemplos reais do dia a dia
Pedir comida no delivery, assinar um streaming novo, gastar em jogos online – tudo isso são oportunidades para conversar sobre consumo consciente e o impacto de pequenas escolhas no bolso.

3. Apresente a matemática do dinheiro
Você sabia que o cartão de crédito cobra juros que podem ultrapassar 400% ao ano? Ensinar como funcionam os juros compostos e o que significa “comprar parcelado” é fundamental para evitar armadilhas financeiras.

4. Ensine a importância de poupar – mesmo que pouco
Guardar dinheiro pode ser chato no início, mas mostrar que R$ 10 guardados por mês viram R$ 120 por ano é um bom jeito de estimular metas realistas. E que tal criar juntos um desafio da economia? Outra dica importante é orientar o filho a monitorar o dinheiro que gasta durante a semana. Um calendário ajudará a permanecer dentro do orçamento.

5. Fale sobre dívidas sem tabu
Com 35,1% dos inadimplentes entre 41 e 60 anos, segundo a Serasa, fica claro que a geração anterior errou. Mas o mais importante é falar abertamente sobre isso, mostrar o que deu errado e o que pode ser diferente.

Educação financeira é liberdade

Mais do que ensinar a ganhar ou poupar, educar financeiramente é ensinar o jovem a não ser refém do dinheiro. É dar autonomia para que ele saiba o que pode, o que quer e o que vale a pena.

Imagine um jovem que começa a trabalhar e já entende a importância de ter uma reserva de emergência, que não se deixa levar por modismos e que sabe diferenciar necessidade de vontade. Esse jovem estará muito mais preparado para construir um futuro saudável – sem entrar na estatística dos negativados.

Comece hoje, mesmo que pequeno

Não é preciso esperar o jovem fazer 18 anos para falar de finanças. Nem ter muito dinheiro para ensinar a cuidar dele. O mais importante é criar o hábito, ter conversas abertas e mostrar, com o próprio exemplo, que dinheiro pode ser um aliado e não um inimigo.

A Promocred acredita que educação financeira transforma vidas. Por isso, incentivamos o diálogo, a orientação e o aprendizado desde cedo – para que os jovens de hoje não repitam os erros do passado e possam trilhar um caminho mais leve, mais seguro e mais próspero.

Fontes: Serasa Experian – Indicador de Inadimplência de Maio de 2025, G1 Economia, Valor Investe e Exame (cobertura sobre inadimplência e finanças pessoais) e Banco Central do Brasil (Estatísticas de crédito e educação financeira).